Embu-Guaçu, cujo nome em tupi antigo significa “cobra grande”, possui uma rica história que remonta ao século XIX. Originalmente chamada de Ilha de Itararé, a região recebeu essa denominação devido à abundância de rios que criavam a impressão de uma grande ilha fluvial. Também foi conhecida como M’Boy-Guaçu antes de adotar seu nome atual.
A história do município está intrinsecamente ligada à figura de Emília Pedrozo de Moraes, nascida em 1849 em Itapecerica da Serra. Filha do Capitão Manoel José de Moraes, um próspero fazendeiro e comerciante de tropas, Emília casou-se aos 16 anos com José Pires de Albuquerque, também tropeiro. Como parte de seu dote, recebeu extensas terras da Fazenda da Ilha ou Itararé, localizadas à margem direita do rio Embu-Guaçu, além de outros bens. O casal estabeleceu-se na casa-sede da fazenda, situada na margem esquerda do rio, onde atualmente funciona o Museu Municipal Abraham Svartman Goltman.
Desenvolvimento e Crescimento da Região
No início do século XX, o povoado começou a se expandir com a chegada de imigrantes e novas famílias, como os Roschel, os Creim, os Schunck e os Domingues, que se tornaram pioneiras no desenvolvimento local. Em 1920, José Pires de Albuquerque fundou a primeira indústria de farinha de mandioca, impulsionando a economia regional.
A construção da Estrada de Ferro Sorocabana, iniciada em 1927, foi um marco importante para o crescimento da região. O ramal Mairinque-Santos, atravessando Embu-Guaçu, foi inaugurado em 1937, facilitando o transporte de café do interior paulista ao porto de Santos. A estação ferroviária de Embu-Guaçu, inaugurada em 5 de abril de 1934, atendeu ao transporte de passageiros até novembro de 1997.
A infraestrutura comercial também se fortaleceu com a inauguração da primeira casa comercial da vila em 1932, de propriedade de Benedito Roschel de Moraes. Em 1934, foi instalada a Escola Mista de M’Boy Guaçu, sendo a professora Olivia Cremm de Moraes a primeira a lecionar no local.
Emancipação Política e Crescimento Urbano
Em 1944, Embu-Guaçu foi elevado à categoria de distrito de Itapecerica da Serra pelo decreto-lei nº 14.334/44. No entanto, devido à grande extensão territorial de Itapecerica e às dificuldades no repasse de recursos, o movimento pela emancipação começou a ganhar força. Finalmente, em 20 de fevereiro de 1964, Embu-Guaçu conquistou sua independência político-administrativa pela Lei estadual nº 8.092.
As primeiras eleições municipais ocorreram em 7 de março de 1965, e em 28 de março do mesmo ano, José Simões Louro Júnior tomou posse como o primeiro prefeito do município, acompanhado dos vereadores que iniciaram a primeira administração autônoma de Embu-Guaçu.
Embu-Guaçu Hoje
Atualmente, Embu-Guaçu faz parte da Região Metropolitana de São Paulo, com uma área de 155,641 km² e uma população estimada de 69.385 habitantes (2019). A cidade é composta pela sede e pelo distrito de Cipó-Guaçu.
A história de Embu-Guaçu reflete a força e a determinação de seus pioneiros, que transformaram um pequeno povoado em um município autônomo e em constante crescimento. Mantendo suas raízes culturais e históricas vivas, a cidade segue seu caminho de progresso, valorizando sua identidade e contribuindo para o desenvolvimento da região.