A cultura, que deveria ser um dos pilares da educação e do desenvolvimento infantil, vem sofrendo um grande descaso por parte da administração municipal. Há três semanas, supostamente cerca de 200 crianças estão sem aulas de ballet na Casa da Cultura do Cipó, deixando pais e alunos frustrados com a falta de soluções por parte da Secretaria de Cultura e Turismo.
O QUE ACONTECEU?
O problema teve início com a chegada de uma nova funcionária à Casa da Cultura. Segundo relatos de mães de alunas e da própria professora, essa servidora questionou a carga horária da docente responsável pelo ballet infantil, que era estagiária e recebia em torno de R$ 700 pelo trabalho. No entanto, ao invés de tratar a situação com diálogo e respeito, a nova funcionária teria agido de forma arrogante e desrespeitosa, o que fez com que a professora se sentisse coagida e humilhada. Sem outra alternativa e sem apoio da Secretaria, a professora optou por se desligar do projeto, deixando as crianças sem aulas.
REVOLTA ENTRE OS PAIS
Desde então, mães e pais dos alunos se mobilizaram para exigir a recontratação da professora, alegando que ela sempre desempenhou um trabalho excelente e que as crianças não deveriam ser prejudicadas por erros administrativos. No entanto, a Secretaria de Cultura não tomou nenhuma providência concreta até o momento.
Para agravar ainda mais a situação, a Prefeitura marcou uma reunião apenas para o dia 22, o que significa que até lá as crianças continuarão sem aulas. Enquanto isso, a gestão parece apenas enrolar a população sem apresentar uma solução definitiva.
DECISÕES QUESTIONÁVEIS DA SECRETARIA DE CULTURA
O caso levanta questionamentos sobre as decisões administrativas do secretário de Cultura (Dedinho Messias). Segundo informações de pessoas próximas à Casa da Cultura, a justificativa dada pelo prefeito (Andre Neres) para não recontratar a professora foi uma suposta dificuldade jurídica para realizar seu pagamento. No entanto, esse argumento não convence os pais, já que, ao mesmo tempo, o secretário conseguiu contratar dois novos funcionários para a Casa da Cultura, mesmo já existindo duas servidoras que sempre deram conta de todo o trabalho e prestavam um atendimento de qualidade.
Se a Prefeitura tem recursos para aumentar a equipe, por que não pode investir na profissional que realmente faz a diferença para as crianças? Essa é a pergunta que as famílias afetadas querem que seja respondida.
IMPACTO NAS CRIANÇAS
O ballet não é apenas uma atividade recreativa para essas crianças. Ele representa disciplina, socialização, desenvolvimento motor e emocional. Para muitas delas, essa é a única oportunidade de ter contato com a arte e a cultura. Três semanas sem aulas já causam um impacto negativo, tanto na evolução das alunas quanto no vínculo que elas criaram com a professora.
A falta de respeito com esses alunos e suas famílias é um reflexo do descaso da gestão municipal com a cultura. Não basta inaugurar espaços culturais, é preciso garantir que eles funcionem de maneira eficiente e que os profissionais sejam respeitados.
POSICIONAMENTO DA SECRETARIA DE CULTURA
Diante da pressão da comunidade, a Secretaria de Cultura e Turismo enviou uma nota afirmando que as aulas de ballet “irão retornar em breve”, mas não forneceu uma data específica para isso acontecer. Enquanto isso, as famílias seguem sem respostas concretas e quase 200 crianças continuam sem acesso à cultura por pura incompetência da administração pública.
A população espera que a Prefeitura e a Secretaria de Cultura tratem esse caso com a seriedade que ele merece e que as aulas sejam retomadas o mais rápido possível.
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